segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

“Tendências e curiosidades de consumo” - New York City

Segundo a trendwatching.com, uma das maiores empresas do mundo focada em tendências de consumo, 2011 espera 11 tendências cruciais de consumo, entre as quais é possível destacar quatro tendências que são relativas à bem estar, negócios com foco social e sustentabilidade, entre elas: RANDOM ACTS OF KINDNESS (Ações Espontâneas de Bondade) , WELLTHY (Bem estar e saúde como Status Social), EMERGING GENEROSITY (Generosidade emergente) e ECO SUPERIOR (Superioridade Sustentável).

O que elas tem em comum é forte influência da mudança de padrões que o mundo vem sofrendo. A conectividade e as mídias sociais trouxeram uma sensação de próximidade, sendo possível compartilhar a vida online, com um único clique, no entanto cada vez mais, as pessoas precisam sentir o contato humano. A população mundial está se tornando cada vez mais urbana, sendo atualmente 3 bilhões de pessoas vivendo em centros urbanos, taxa que cresce aproximadamente 60 milhões por ano, mas o desejo de resgatar valores simples como alimentação natural e saudável é crescente. Conceitos de luxo, status social e conforto já não são mais os mesmos. E até o real sentido da procura por sustentablidade está mudando.

Em Nova Iorque, um dos  berços do mundo de tendências, é possível observar um pouco de tudo isso colocado em prática, mas é preciso entender até que ponto os valores não estão se perdendo em iniciativas vazias e apenas amparadas por boas campanhas de marketing.

Quando se olha para a história das construções sustentáveis em Nova Iorque, fica mais fácil entender como essa cidade famosa por abrigar pessoas de todo o mundo e criar tendências em moda, consumo e estilo de vida, lidera também o ranking de construções sustentáveis nos Estados Unidos.

Segundo o Urban Green Council, segmento do U.S. Green Building Council em Nova Iorque, a história de construção sustentável na cidade foi iniciada em 1992, com uma série de renovações do histórico Schermerhorn Building, desenvolvida pelo Croxton Collaborative Architects. Essa mesma empresa desenvolveu também renovações em vários andares do edificio do Natural Resources Defense Council, em 1998, considerada essa a primeira construção sustentável da cidade, com o uso de eficiencia energética, otimização da iluminação, melhora da qualidade do ar e da qualidade de vida dos ocupantes do edificio.

E esse foi o começo de muitas outras ações que levaram  New York City a aprovar a Local Law 86, em 2005, requerendo que a maioria dos edificios públicos ou financiados pela iniciativa pública adquirissem o certifcado Silver do LEED (www.usgbc.org), lei que gera a expectativa de movimentar mais de U$12 bilhões em contruções sustentaveis até 2017.

Ha apenas três anos atrás,  em dezembro de  2007, o prefeito Michael R. Bloomberg lançou o PlaNYC, um plano sustentável para NYC com 127 itens que comprometem a cidade a reduzir emissões de gases de efeito estufa, em aproximadamente 30%, até 2030.

Claro que todas essas ações relativas à construção civil afetam diretamente o comportamento do consumidor e consequente as estratégias para o varejo. Em Nova Iorque é possível encontrar com facilidade, sorvete orgânico, pão orgânico, mercados de bairro com gôndolas de destaque para produtos locais e redes de fast food se estabelecendo para atender à demanda desse novo mercado.

A recém inaugurada 4Food, por exemplo, é uma rede de fast food que promete entregar ao consumidor hamburgueres saudáveis, 100% naturais, de produção local, dentro de um menu sustentável. A primeira loja da rede na Madison Avenue, ainda mescla uma arquitetura minimalista, (diferenciada das redes tradicionais americanas), com tecnologia, colocando nos balcões de refeições iPads à disposição dos clientes.

Em Nova Iorque, a questão de alimentação saudável e orgânica é quase uma febre. A proposta de home made, produção local e sustentabilidade pode ser percebida tanto em grandes redes supermercadistas como o Whole Foods, que tem, por exemplo,  etiqueta especial de gôndola para indicar produtos de procedência local, como também em Farmers Markets, feiras livres que trazem o próprio produtor vendendo seu produto diretamente ao consumidor final.

Aliás essas feiras, diferentes das feiras livres que temos no Brasil, trazem uma gama muito variada de produtos, aparentemente produzidos em pequena escala, com segredos de produção, cultivos e preparo, passados de geração a geração remetendo a feiras européias medievais em plena Manhatan. Em 2009, esse segmento teve um crescimento de 13%  em todos os Estados Unidos e triplicou de tamanho nos últimos 15 anos.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Bem vindos

Na semana passada foi realizado em NY um dos maiores congressos de varejo do mundo, o 100º Big Retail Show. Nesta edição, pela 1ª vez, aconteceu um seminário especial sobre o tema Sustentabilidade e estivemos presentes para conferir o que foi apresentado.

Dar as boas vindas a todos, trazendo as informações discutidas nesse seminário, bem como nossa visão de NYC, uma das cidades americanas com projetos mais ousados em termos sustentáveis, seria uma excelente forma de iniciar nosso blog que tem por objetivo trazer informações relevantes sobre consumo e sustentabilidade.

No entanto, mais do que trazer fatos importantes, o objetivo desse espaço é gerar compreensão, análise e discussão do que há por trás das notícias, tendências, fatos e acontecimentos. Por exemplo, qual a real visão do consumidor sobre valores sustentáveis? Quais as melhores práticas em sustentabilidade que efetivamente apresentam resultados comprovados? Quais são as grandes mudanças que realmente deverão ocorrer nos próximos anos em comportamento de consumo?

Vamos construir essas respostas juntos.

Sejam todos bem-vindos. Acompanhem nosso blog, aproveitem e colaborem!